sexta-feira, 16 de maio de 2008

ADRA expande esforços de Socorro em Mianmar

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ADRA expande esforços de Socorro em Mianmar

A presença de longa data no país ajuda o trabalho; preparando-se para resposta ao terremoto da China



A posição já estabelecida da ADRA dentro de Mianmar está ajudando em sua resposta à generalizada devastação que se seguiu a um ciclone na semana passada, disseram oficiais da agência humanitária da Igreja Adventista. [foto: Steve Tasker/ADRA/ANN]

Mais de uma semana após o Ciclone Nargis castigou a costa de Mianmar, oficiais da Agência Adventista de Desenvolvimento e Socorro de Emergência relataram que os esforços de ajuda estavam em progresso, devido, em parte, à presença da agência humanitária de longa data naquela nação do Sudeste Asiático.

Se sua sede local em Yangon, operando desde 1984 com a ADRA está colaborando com o Programa Mundial de Alimentos para distribuir alimentos e outros suprimentos vitais. A posição estabelecida da ADRA dentro do país tem ajudado em sua resposta, disseram oficiais da ADRA. Os obreiros não têm necessidade de vistos ou outras permissões dos governantes do país, uma dificuldade enfrentada por algumas agências de fora.

Somente um quinto das 375 toneladas de comida necessárias para alimentar a população do país, de quase 50 milhões de habitantes, está atualmente disponível, relatou a WFP, sigla em inglês do Programa Mundial de Alimentos.

Fome e doenças ocorrem amiúde entre as duas milhões de pessoas deslocadas quando a tempestade que durou 10 horas dizimou 95 por cento das casas em algumas aldeias do Delta do Irawaddy.

O governo de Mianmar e oficiais das Nações Unidas indicaram hoje que entre 62.000 e 100.000 pessoas estão mortas ou desaparecidas.

A agência humanitária da Igreja Adventista está também se preparando para responder ao terremoto com magnitude de 7,9 pontos na China, que matou mais de 9.000 pessoas, quando destruiu a província de elevado número de moradores de Sichuan.

"Todos rezam para que não haja novo ciclone"

"Todos oram para que não haja novo ciclone"


PATRÍCIA VIEGAS
Ronald Kuhn, COORDENADOR DA AJUDA DA ADRA A MYANMAR Como está a situação na zona de intervenção da Agência Adventista para o Desenvolvimento e Ajuda Humanitária (ADRA)?

Há muitos deslocados. A situação das pessoas sem comida e sem emprego não é nada fácil. Elas estão em campos de deslocados. Alguns do Governo e outros improvisados pelas próprias pessoas. Talvez agora também das Nações Unidas. A ADRA está a trabalhar na cidade de Labutta [sudoeste]. Estamos a atender 20 mil pessoas neste momento com comida e água.

Os alimentos que estão a fornecer são os que já lá tinham antes do ciclone 'Nargis'?

Nós estamos a comprar lá o que há e a levar de fora, da capital, o que não há e é necessário. Estamos a fazer isso com a ajuda do Programa Alimentar Mundial (PAM). Mas pode ser preciso trazer de fora do país mais coisas.

Quantos funcionários tem a agência em Labutta, uma das cidades com mais mortos?

A Adra, antes do ciclone, tinha 170 trabalhadores locais e dois estrangeiros e agora vai aumentar os funcionários. Isso depende dos projectos que vamos fazer.

Que tipo de projectos estavam a desenvolver nessa zona antes de ter surgido o ciclone?

Antes tínhamos projectos de reconstrução de infra-estruturas, como pontes, captação de água, porque na zona do delta [Irradway] há esse problema. Mas também tínhamos projectos para dar alimentos do PAM. Alguns projectos foram destruídos.

Há notícias que falam na possibilidade de nova tempestade em Myanmar [ex-Birmânia]. Como estão a preparar-se?

É realmente um grande desafio estar a responder a uma emergência e, ao mesmo tempo, lidar com a possibilidade de outra. Os funcionários já estão a trabalhar muitas horas seguidas! Oxalá não ocorram novas chuvas, porque isso seria um grande problema para as pessoas desalojadas. Todos rezam para que não haja um novo ciclone em Myanmar.

Quão fortes são as restrições que a junta militar birmanesa está a impor às agências de ajuda internacionais?

Temos de ser cuidadosos para não misturar ajuda humanitária com política. O Governo tem-nos tratado com respeito. Temos conseguido vistos sem problemas. Temos levado medicamentos sem problemas do aeroporto. Outras agências menos conhecidas do Governo podem ter problemas porque o controlo é talvez mais rigoroso.

Fala-se nos riscos de epidemias. No terreno, já começam a aparecer doenças normalmente associadas a este tipo de catástrofes naturais?

Fala-se nisso. Mas não podemos confirmar. No entanto é natural que nestas condições, sem saneamento, com milhares de pessoas num espaço reduzido, o risco de contaminação é muito mais elevado.

Huambo: Hospital da Caála gasta mais de três milhões de Kwanzas

Caala, 08/05 - Três milhões 384 mil e 377 Kwanzas é o montante gasto, de Janeiro a Fevereiro deste ano, pela repartição municipal da saúde da Caála (Huambo) para a aquisição de medicamentos, bens alimentares, material gastável e meios informáticos para o Hospital Municipal da Caála, disse hoje a Angop o chefe local do sector da Saúde, Albino Ndumbo Ernesto.


Em declarações à Angop, Albino Ernesto acrescentou que o montante foi também empregue em trabalhos de manutenção do hospital e melhoramento das condições laborais dos técnicos de saúde em serviço.

Albino Ndumbo Ernesto explicou ainda que estão em curso, desde Março deste ano, no município da Caála, obras para construção de um novo centro de bacilosopia, uma creche, uma secção de depósito de medicamentos e edificação de uma enfermagem geral, cuja execução está a cargo da direcção do Hospital municipal.

O chefe da repartição municipal de saúde está preocupado com a superlotação da unidade sanitária, que tem capacidade para 134 camas. Neste momento estão internados cerca de 202 doentes.

O funcionamento do hospital é assegurado por 412 funcionários, entre os quais técnicos de diagnóstico terapêutico, enfermeiros e quadros administrativos.

Alimentos arrecadados no Cuiafolia são entregues

Arroz, feijão, fubá, macarrão, lentilha e muitos outros alimentos foram entregues nesta quinta-feira (15) pelo coordenador do Núcleo Social do Instituto Creatio, Amauri Lobo, a entidades beneficentes em Cuiabá. Ao todo, cerca de três toneladas de alimentos estão sendo doadas à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Cuiabá (Apae) e às creches Benedito da Cura, no bairro Despraiado, Caminho Redentor, na avenida Beira Rio, no Coxipó, e Agência Adventista de Desenvolvimento de Recursos (Adra), no bairro Doutor Fábio. A doação também segue para a comunidade quilombola Mata Cavalo, no município de Livramento, e para a Casa Espírita José Antônio dos Reis, em Cuiabá.

Os alimentos foram arrecadados durante o Cuiafolia 2008, evento onde um quilo de alimento não perecível foi exigido como parte do ingresso. Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto Creatio é o responsável pela catalogação e entrega dos alimentos, que é feita também em parceria com a rede de Supermercados Modelo.

"O apoio do Creatio é muito importante. Na primeira edição do evento, quando ainda não trabalhávamos com eles, não tínhamos a triagem dos alimentos, não sabíamos quanto se tinha, o que tinha sido doado. Agora, eles organizaram tudo e o resultado está sendo ótimo", disse a coordenadora do Cuiafolia, Nicheli Jaudy. Segundo ela, cerca de cinco mil pessoas passaram pelo evento em 2008.

Além de indicar algumas das entidades a serem atendidas, o supermercado Modelo cedeu dois motoristas e um caminhão. Na Apae, os alimentos vão representar um reforço na alimentação dos cerca de 100 portadores de necessidades que dependem dela. Ao todo, são atendidas 160 pessoas e a manutenção da casa depende de doações e arrecadações. "É muito bom, vai ajudar a escola", comentou a aluna Kellen Cristina, que recebe café da manhã, almoço e jantar na Apae. A coordenadora pedagógica da unidade, Sílvia Cristina Artal, explica que a doação veio em boa hora. "Estávamos precisando muito, principalmente de feijão e macarrão, que estavam em falta desde o começo do ano", disse ela.