sexta-feira, 27 de abril de 2012

Aula de ciências em Colégio Adventista ensina que fósseis foram formados na época do dilúvio

Aula de ciências em Colégio Adventista ensina que fósseis foram formados na época do dilúvio


Uma foto tirada durante aula de ciências, em que o professor ensina a alunos da 6ª série que fósseis são restos de animais e plantas petrificados formados "na época do dilúvio", tem causado polêmica nas redes sociais.

A imagem foi feita em uma sala de aula do Colégio Adventista de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá (MT) e tem sido alvo de diversas críticas. Pessoas contrárias à proposta de ensino do colégio acusam a igreja de "alienação" e consideram a aula ministrada no colégio uma "piada". De acordo com o portal Terra, há também pessoas que defendem a iniciativa como uma proposta "crítica", pautada na "fé" e aplaudem a coragem da entidade e do professor.

A escola divulgou nota sobre o caso afirmando que adota uma linha de ensino criacionista, em conjunto com o evolucionismo e que seu ensino está "em harmonia com as prescrições do Ministério da Educação e Cultura".

Sobre a imagem que está circulando na internet, a escola explicou que "para que haja fossilização, são necessários (pelo menos) fatores como sepultamento rápido (para evitar a decomposição do animal ou que ele seja devorado por predadores/carniceiros) e grande quantidade de água e sedimentos (…) pode ter havido um grande evento catastrófico no passado que promoveu extinções em massa", e que o professor tentou em sua aula permitir que seus alunos desenvolvam seu senso "crítico e comparativo".

A nota da escola afirmou também que "é bom lembrar que são conhecidas centenas de culturas em todo o planeta que guardam algum relato relacionado com uma grande inundação que teria devastado o mundo". "Lamentavelmente, a intenção do professor foi distorcida e a aula sobre fósseis virou motivo de acalorado debate no Facebook. Tivesse ficado apenas no debate, já teria valido a pena, pois o debate, quando respeitoso, acaba sendo proveitoso, ainda que apenas para que se conheçam as ideias de quem pensa de maneira diferente", ressaltou a escola, que lembrou também que seus estudantes estão entre os melhores classificados no município na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) divulgou uma carta sobre o caso, na qual manifestou preocupação com o considera como ideias "retrógradas que afrontam o método científico, fundamentadas no criacionismo, também chamado como 'design inteligente'". "Sentimo-nos afrontados pela divulgação de conceitos sem fundamentação científica por pesquisadores de reconhecido saber em outras áreas da Ciência", concluiu a nota da ABC.

A escola se defendeu das acusações afirmando que "a discussão girou em torno da questão se os fósseis se formaram há milhões de anos atrás como sugere o Evolucionismo, ou, se foram formados há milhares de anos atrás por ocasião do dilúvio, como sugere o Criacionismo", e que "após os experimentos os alunos ficaram entusiasmados e muitos confirmaram a crença em um dilúvio universal".

O Conselho de Educação do Mato Grosso se manifestou afirmando que o Estado é laico e que, segundo normatiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o ensino de preceitos religiosos não deve ser cobrado como conteúdo em provas. O conselho declarou também que apesar da escola ser mantida por uma instituição adventista, o ensino religioso deve ser algo facultativo para o estudante.

Um comentário:

Estrela do Universo disse...

O professor ensinou o q é certo.