segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Em Uganda, assassinado radialista adventista que concorria à eleição


Um veterano apresentador noticioso de rádio na estação pertencente à Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Kireka, foi espancado até à morte na semana passada, possivelmente em ligação com sua recente divulgação de candidatura para uma eleição municipal local.

Dickson Ssentongo, de 29 anos, da Rádio Prime, foi atacado ao caminhar para o trabalho na segunda-feira, 13 de setembro, e morreu horas depois, sucumbindo a ferimentos enquanto num estado de coma no Hospital Nacional Mulago. Os atacantes desconhecidos teriam utilizado barras de ferro, conhecidas popularmente como "katayimbwa" em luganda, idioma local. Ssentongo estava caminhando sozinho até um ponto de táxi na aldeia de Nantabulirwa, distrito de Mukono, ao longo da rodovia Kampala Jinja. Ele era um apresentador de notícias da Rádio Prime, localizada em Kireka, e havia trabalhado para a estação que pertence à Igreja por dois anos. Recentemente havia anunciado sua candidatura às próximas eleições para a câmara municipal, concorrendo pelo Partido Democrático, de oposição.

Não se fez claro se sua morte foi politicamente motivada. O porta-voz do partido, Kenneth Kakande, declarou crer que o assassinato poderia ser politicamente motivado. O comandante da Polícial do distrito, Alphonse Musoni, disse que estavam ainda investigando o incidente. Musoni declarou que os atacantes podiam ter estado acompanhando os seus movimentos e conheciam os seus hábitos.

Líderes da Associação da Igreja Adventista de Uganda Central, a que pertence a Rádio Prime, ficaram chocados e entristecidos ao saberem do assassinato de Ssentongo. Samuel Mwebaza, diretor de comunicação para a União Uganda, da denominação, declarou que a Igreja condenou o assassinato e está apelando aos oficiais do governo para fazerem tudo quanto possam a fim de identificar os culpados e garantir a segurança dos jornalistas no país. "Certamente iremos sentir a sua falta, como obreiros e como Igreja, pela qual ele havia trabalhado, promovendo a sua missão de informar o público sobre as boas novas de Jesus Cristo", disse Babi Kimera Godfrey, o diretor de programação da estação.

"A Igreja não tem pessoas suficientes na área de mídia e certamente depende de pessoas que podem às vezes sacrificar o seu tempo e trabalhar para o progresso da estação. Sentongo era uma delas", aduziu Babi.

Tais atos estão aumentando, disse Babi. Em 11 de setembro um correspondente da Top Radio foi linchado por uma multidão de motorciclitas, condutores de moto-táxis -- conhecidos como "boda-bodas" -- na cidade meridional de Rakai ao registrar a demolição da casa de um residente que os taxistas acusavam de ter matado um de seus colegas.

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