quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Confirmado primeiro registro de dengue tipo 4 em Manaus

MANAUS – Exames sorológicos realizados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, confirmaram a ocorrência do primeiro caso de dengue tipo 4 (DENV4), em Manaus. Em nota técnica conjunta, assinada pelos secretários de Saúde Francisco Deodato, da Semsa, e Wilson Alecrim, da Susam, os dois órgãos anunciaram o reforço das medidas de controle da dengue na capital, incluindo a ampliação das chamadas "unidades sentinelas" - onde os pacientes com suspeita da doença são submetidos a testes rápidos para confirmação do diagnóstico. Também voltaram a alertar todas as unidades de saúde das redes pública (municipal e estadual) e particular, sobre a obrigatoriedade de notificação dos casos suspeitos de dengue. 

Em virtude da confirmação de dez casos de dengue tipo 4 no vizinho Estado de Roraima, as autoridades de saúde da Prefeitura de Manaus e do Governo do Estado já vinham trabalhando, desde o ano passado, com a possibilidade da introdução do vírus no Amazonas, salientou o secretário municipal de Saúde, Francisco Deodato.

Caso confirmado

De acordo com ele, o caso confirmado em Manaus é de um paciente do sexo masculino, de 13 anos, morador do bairro do Coroado, zona Leste da cidade. Amostras de sangue do paciente foram enviadas ao IEC pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). "Fomos informados pelo Ministério da Saúde que o exame sorológico realizado pelo IEC foi positivo para o sorotipo 4", informou Deodato.




Até o momento, o Serviço de Pronto Atendimento Danilo Corrêa e o Pronto Socorro Infantil da Zona Oeste vinham funcionando como "unidades sentinelas", ou seja, como referência para o teste rápido da dengue. A partir de agora, passam a integrar a lista o Pronto Socorro e Hospital João Lúcio (adulto e infantil); Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto; Pronto Socorro da Unimed (adulto e infantil); Serviço de Pronto Atendimento do Coroado e Hospital Adventista de Manaus. "Com a definição destas novas unidades sentinelas estamos ampliando nossa capacidade de monitoramento da circulação dos vários sorotipos da dengue, o que nos permite direcionar ou redirecionar ações de controle da doença", afirmou Deodato.

Outra medida adotada é a avaliação da amplitude da reprodução do DENV-4 na área de ocorrência do sorotipo, com visitas casa a casa, na busca de casos suspeitos e coleta de material para isolamento viral naqueles com evolução de até três dias da doença. Será também intensificado o combate ao mosquito transmissor da dengue por meio da nebulização espacial (fumacê), em todos os bairros de Manaus. Além disso, serão reforçadas as atividades de educação em saúde e mobilização social.

Sintomas da doença

Os sintomas das quatro variações de dengue (tipos 1, 2, 3 ou 4) são os mesmos, entre eles dor de cabeça, dores no corpo e articulações, febre, diarreia e vômito. O tratamento também é idêntico. O DENV4 não é mais potente ou perigoso que os demais. O que preocupa as autoridades de saúde, afirma Deodato, é que a população brasileira não tem imunidade contra o tipo 4, que não circulava no País há mais de 28 anos. 

Francisco Deodato observa que Manaus tem conseguido manter a dengue sob controle, impedindo a ocorrência de epidemia, como tem acontecido em várias cidades brasileiras, inclusive nas grandes capitais. "Este resultado demonstra que a Prefeitura de Manaus escolheu o caminho certo, ao optar pelas ações de caráter preventivo, executadas de forma sistemática, em um modelo de parceria institucional - todos os órgãos da Prefeitura, do Estado, sobretudo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), as Forças Armadas, iniciativa privada, sociedade civil organizada, entre outros segmentos - e buscando o apoio irrestrito da população". 

Operação Impacto

No último dia 14, a Prefeitura lançou a Operação Impacto de Combate à Dengue, que já inspecionou mais de 30 mil imóveis, distribuídos em todas as zonas da cidade. A Operação é coordenada pela Semsa e realizada em parceria com a FVS, Corpo de Bombeiros e Forças Armadas. No total, 3.200 agentes e militares estão envolvidos nas atividades de identificação e tratamento de criadouros do mosquito transmissor da doença, em imóveis de todas as zonas da cidade. O cronograma de visitas da Operação, que se estenderá até o final de março, prevê inspeções em 392.882 imóveis. (AL)

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