Lúcio Mosquini pode ser processado por declaração pejorativa contra Adventistas diz presidente do PTC

O presidente estadual do Partido Trabalhista Cristão (PTC) Jair Montes disse nesta sexta-feira que vai pedir pessoalmente ao governador Confúcio Moura a exoneração do diretor geral do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) Lúcio Mosquini, pelo fato do mesmo estar usando a máquina pública em proveito próprio e ter ofendido os adventistas, igreja a qual Jair Montes é freqüentador, "ele disse que quem não trabalha aos sábados é adventista no sentido pejorativo, como se fossemos vagabundos. Nós acreditamos em guardar os sábados e esse é um direito amparado por Lei, até mesmo concursos públicos são realizados em dias diferenciados em respeito à nossa doutrina. Vagabundo é esse senhor Lúcio Mosquini, o qual não tenho o menor respeito. Vou solicitar uma audiência com o governador para pedir a exoneração desse cidadão do DER, e vou entrar na Justiça exigindo retratação pública", disse Jair Montes.

As declarações do presidente estadual do PTC foram dadas após a divulgação pela coluna PAINEL POLÍTICO de um e-mail de Lúcio Mosquini encaminhado aos regionais do interior determinando que os servidores trabalhassem aos sábados, sob pena de terem as gratificações de produtividade cortadas, "não alise ninguém, erro dançou e assim vcs passam a ter o controle da moçada", disse o diretor do DER.

Em outro trecho, Mosquini diz, "Precisamos trabalhar aos sábados, quem não tabalha aos sábados é adventista, se faltar corte a produtividade. Todos precisam trabalhar ao sábados".

Pretensões políticas

PAINEL POLÍTICO também divulgou na quinta-feira conversas entre um assessor de Mosquini, o ex-pastor Paulo Barros com uma amiga onde ele afirma que seu chefe pretende se candidatar ao governo em um futuro próximo. Em outra conversa, o próprio Paulo admite que "pensa em entrar para a política". Na circular encaminhada aos regionais, Mosquini pressiona seus subordinados para que eles marquem entrevistas durante as visitas que ele fizer nos municípios do interior, "se for possível organize entrevista em rádios, sites e TV", diz ele.

Nas conversas reveladas por PAINEL POLÍTICO também aparecem uma tentativa de assédio sexual sob uma ex-servidora comissionada de Ouro Preto, que é assediada pelo assessor de Paulo Barros, Rodrigo Tadeu Cordeiro Viana. Primeiro ele a convida para ir à Ji-Paraná "passear", ela responde que não está bem. Então ele insiste, "me dá seu telefone", ela responde que precisa do trabalho e "prefere não misturar as coisas". A servidora foi exonerada dias depois sem nenhum motivo justificável.

Retaliações

Também em uma conversa de MSN, o diretor do DER determina a seu subordinado, Paulo Barros que ignore e "encoste" um servidor concursado do DER que era lotado na regional de Ji-Paraná, "não dê nenhuma atividade pra ele, deixe ele no canto, faça de conta que ele não existe, deixa quieto", diz Mosquini. O servidor foi transferido para Rolim de Moura após essa conversa. Desde que Mosquini assumiu o DER, servidores vem reclamando de desmandos e situações vexatórias, além de estarem sendo obrigados a trabalhar aos sábados, não estariam recebendo essas horas extras e em algumas regionais, como Ji-Paraná, o trabalho entra pela noite, também sem o pagamento de horas extras. Servidores concursados reclamam que essa política só vale para eles, enquanto que os comissionados estão com carga reduzida e não recebem produtividade.

Ações

Jair Montes disse que vai consultar os advogados do partido para impetrar ações contra Lúcio Mosquini, Rodrigo Tadeu Cordeiro Viana e Paulo Barros, por uso da máquina pública, assédio moral e sexual e improbidade administrativa.