terça-feira, 5 de outubro de 2010

Polícia quer psicólogos ouvindo menino suspeito de balear colega

A polícia de São Paulo irá pedir que o menino suspeito de atirar no garoto Miguel Cestari Ricci, 9 anos, baleado na última quarta-feira na Escola Adventista de Embu, em São Paulo, seja ouvido por psicólogos. O delegado Carlos Eduardo Ceroni, responsável pelo caso, deve enviar o pedido à Justiça na terça-feira. Na ocasião, ele fará ainda um outro pedido, que está sob sigilo.

Segundo Ceroni, "a polícia já tem a verdade. Precisamos de mais materialidade. O que vamos descobrir são fatos que corroboram para esta conclusão". Os resultados da perícia na mochila e roupas da criança que teria atirado na vítima devem sair também na terça-feira.

Ceroni afirmou ainda que há indícios de que os objetos foram lavados, mas que a confirmação se dará somente após o laudo. Mesmo com a lavagem, o delegado afirmou que é possível encontrar resíduos de pólvora nos objetos.

Ao todo, já foram ouvidas cerca de 40 pessoas. Só nesta segunda-feira, cerca de quatro crianças prestaram depoimento na Seccional de Homicídios de Taboão da Serra. Caso seja provado que a arma pertence aos pais do menor, a polícia irá relatar o caso à Vara da Infância. Sobre o indiciamento dos pais ou dos responsáveis, ele disse que "dependerá da sequência das investigações. Pode ser que o menino tenha falado aos pais e eles o estejam preservando ou que a a criança não tenha contado por medo", afirmou.

Até a tarde desta segunda-feira, a polícia ainda não havia encontrado a arma e nem tinha suspeita de sua procedência.

Reunião
Os pais dos alunos da Escola Adventista de Embu participaram de reunião organizada pela escola nesta manhã. A avó da vítima, Letícia Quinta, esteve no local mas não conseguiu participar da reunião. Ela culpou a instituição pela morte do seu neto.

A pedagoga Sirlene Betuane tem um filho de 4 anos na escola e, apesar de estar preocupada com o caso, afirmou nesta manhã que ainda não começou a procurar outra instituição. "Vou deixá-lo aqui porque ele gosta", afirmou. Sirlene, porém, quer saber se foi uma criança que efetuou o disparo. Mesmo que a hipótese se confirme, ela disse que vai deixar o filho na escola.

O contador Carlos Alberto Carpi disse que não vai tirar seus dois filhos da escola. "Meus filhos estudam lá desde 2005 e vão continuar lá. Eu confio na Adventista", afirmou Carpi quando saía da Seccional de Homicídios de Tabuão da Serra, após o seu filho depor sobre o ocorrido. O menor era da mesma sala da vítima. Carpi ainda tem outro filho na sexta série que também deve continuar na instituição. Segundo ele, o depoimento não trouxe informações novas para o caso.

O diretor da escola Alan Fernandes de Oliveira afirmou que lamenta o ocorrido. "Nós lamentamos a fatalidade e queremos dizer que prestamos atendimento à criança e a levamos até um dos hospitais de melhor qualidade. Estamos oferecendo apoio psicológico aos alunos e professores da escola", disse o diretor.

O Caso
Miguel Cestari Ricci, 9 anos, foi baleado dentro da sala de aula. Segundo a polícia, a arma do crime é um revolver calibre 38 e o tiro foi dado de cima para baixo, a menos de 5 cm do corpo do estudante. A principal linha de investigação da Seccional de Homicídios de Taboão da Serra, em São Paulo, é de que o tiro que atingiu o menino foi acidental.


Via Portal Terra.

Thaís Sabino
Direto de São Paulo

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