Um grupamento composto por 40 policiais militares e cinco policiais civis deu apoio aos oficiais de justiça para cumprimento da liminar de reintegração de posse em favor do Instituto Adventista Transamazônico Agroindustrial (Iatai), expedida pela Vara Agrária de Altamira. A reintegração aconteceu na última quarta-feira, na área do colégio, que atende hoje mais de 200 estudantes.
O terreno tinha sido ocupado desde o dia 27 de abril deste ano, por aproximadamente 20 pessoas, que tomaram e dividiram quase mil hectares de floresta em lotes clandestinos. A propriedade tem 2.800 hectares, onde funciona uma escola adventista para jovens do ensino fundamental e médio, que aprendem, além das disciplinas escolares, técnicas agropecuárias. Até a data da reintegração, pelo menos 150 hectares de floresta nativa (equivalente a 150 campos de futebol) foram destruídos pelo fogo na área. Até mesmo uma área de pastagem com rebanho bovino da instituição foi tomada pelos invasores. Nas áreas destruídas pela derrubada ilegal, foram encontradas mudas de cacau que seriam plantadas pelos invasores, rancho e barracas cobertas por lonas.
Segundo o diretor administrativo do colégio Iatai, Analto de Araújo Santos, foram dias de terror, pois não se sabia até onde os invasores estariam dispostos a atacar. "Nós estamos perplexos porque parte dos invasores já se beneficiou do colégio. Alguns são nossos vizinhos e a grande maioria tem terras".
Apesar da liminar de reintegração de posse ter sido expedida no dia 27 de maio, somente em 17 de agosto foi possível organizar a operação. Um aparato com tratores, ônibus e caminhões pra retirar os pertences dos invasores foi montado, pois se temia que as estradas de acesso fossem obstruídas com a derrubada de árvores - o que de fato aconteceu. Os invasores derrubaram árvores centenárias pra evitar o trânsito de pessoas ligadas ao colégio. (Diário do Pará)
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