quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Presidente da Força Sindical pede desculpas aos candidatos da UFBA

A presidente da Força Sindical na Bahia, Nair Goulart, pediu desculpas aos vestibulandos pela paralisação dos rodoviários na manhã desta segunda-feira, mas   transferiu a culpa ao grupo vencedor da eleição para presidência do Sindicato dos Rodoviários, acusado de fraudar o  pleito.

"Não fizemos paralisação nem piquetes nas garagens, fizemos assembléia. Se eles não tivessem roubado essas eleições, hoje (segunda) não teríamos causado esses transtornos. Tivemos que fazer isso porque não podemos conviver com esse tipo de postura anti-democrática. O que aconteceu é grave, é crime", afirmou.

Assembléias realizadas com trabalhadores das empresas de ônibus da Ondina, Central, União e  BTU "seguraram" nas garagens, desde as 4h da manhã de segunda, cerca de 3000 rodoviários. Puxados pela Força Sindical, que apoia a Chapa 4, derrotada com 4759 votos na eleição para presidente do Sindicato dos Rodoviários, eles contestaram a vitória da Chapa 1, que obteve 5135 votos e é vinculada a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A diferença é de 376 votos. De acordo com a presidente da Força Sindical, Nair Goulart, o grupo vencedor deixou  de computar os votos de 7 urnas   durante as apurações, fraudando a eleição.

Uma parte dos rodoviários que  participaram das assembléias voltaram ao serviço ainda antes das 7h, outros no decorrer da manhã até às 10h30. Eles se reuniram para criarem uma lista contendo as declarações dos seus votos, que, conforme afirmou Nair Goulart, será enviada ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo ela, a Chapa 4, é a verdadeira vencedora.

Tolerância - A UFBA respondeu por meio de sua assessoria de comunicação que a tolerância de meia hora dada no fechamento dos portões foi uma decisão tomada em conjunto pela Pró-reitoria de Graduação, o reitor Naomar de Almeida Filho e a coordenadora do Serviço de Seleção, Antônia Elisa Caló, que levou em conta o grande número de candidatos que seriam prejudicados pela paralisação dos rodoviários. "Em qualquer instituição, a administração tem que decidir pelo que beneficia a maioria", afirmou a assessoria.

Questionada sobre o trecho do edital que enfatiza "os portões de acesso aos estabelecimentos serão abertos às 7h30min e fechados, impreterivelmente, às 7h50min", a assessoria afirmou que a administração da UFBA não acredita que a exceção abra um precendente jurídico para estudantes atrasados que não puderam fazer as provas no dia anterior. "Reclamar é um direito de todos, mas o  que aconteceu hoje (segunda) foi um episódio aparentemente com uma gravidade maior do que o caso de alunos que chegaram fora do horário ontem (domingo) em Ondina. São coisas diferentes", reiterou.
 
Provas - A manhã de provas foi tranquila na segunda-feira no Instituto Central de Educação Isaías Alves Geral (Iceia), no Barbalho, onde quase 1500 candidatos participaram do segundo dia do vestibular 2010 da UFBA.

Apesar da parada das empresas de ônibus, não foram registrados na escola casos de candidatos que ficaram sem  entrar por conta dos atrasos. Isto porque, como em todas as escolas, o  horário de fechamento dos portões foi protelado  para às 8h20.

A paralisação dos ônibus parece não ter sido o fator de maior peso no desempenho de Marjan Flores, 20 anos, que chegou às 6h30 na porta do colégio ICEIA. Candidata a uma vaga em Ciências Sociais, a jovem disse ter sentido maior nervosismo pela prova em si. "Hoje não fui muito bem, passei mal, fiquei enjoada. Acho que foi a ansiedade", lamentou. "Agora é esperar", disse pouco confiante a jovem, que saiu do colégio às 12h30.
 
Serravale -
Mateus Pereira, 18, estudante do 3ª ano do Colégio Adventista, que fez as provas no Colégio Raphael Serravalle, na Pituba, reclamou do imprevisto. "Eu sai de casa às 6h30. Tive que vir andando às pressas do colégio Militar (na Pituba) até aqui. Cheguei às 7h40. Se não fosse a paralisação, chegaria mais tranquilo e relaxado. Pelo menos achei o portão aberto", afirmou o jovem, um dos primeiros a concluir a prova no colégio.  

A apreensão nem passou perto do colega Daniel Pinheiro, 19, aparentemente tranquilo na disputa por uma vaga no curso de engenharia civil. Ele foi o primeiro candidato  a sair do colégio Raphael Serravalle, quando os portões foram abertos, por volta das 10h30. "Pra quem se preparou, a prova não foi difícil", afirmou, confessando ter chutado 8 das 35 questões aplicadas no dia. "Eu vou ficar lá sofrendo?", justificou.

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